sábado, 7 de julho de 2012


DEZ FATORES PARA UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

 PARA TODOS NO SÉCULO XXI


     1.      Foco na relevância pessoal e social. O fator de uma educação de qualidade para todos consiste em focar a relevância pessoal e social. Deve ser relevante, eficaz e eficiente, porém poucas pessoas irão se emocionar com esta tripla convocação a ponto de mobilizar-se em direção à qualidade da educação para todos.

 2.      A convicção, a estima e a autoestima dos envolvidos. A qualidade da educação é uma tensão criativa entre: a convicção, a estima e a autoestima das sociedades, dos dirigentes políticos das administrações sobre o valor da educação. A falta de convicção quanto ao impacto que a educação pode ter e a tendência a culpar a escola e os profissionais da educação por todos os males deste mundo constituem dois problemas relativamente novos cenários educacionais.

 3.      A força ética e profissional dos mestres e professores. A dinâmica entre docentes e a sociedade é a força ética e profissional. O círculo virtuoso na relação entre os docentes e a sociedade é a configuração de valores dos docentes e sua competência para escolher estratégias mais adequadas nos momentos oportunos.

 4.      A capacidade de condução de diretores e inspetores. a) ordem subjetiva como valor que se atribui à função formativa dos estabelecimentos educacionais; b) capacidade da Direção, para construir sentido para o estabelecimento, em seu conjunto e para cada um dos componentes que o integram; c) capacidade para construir eficácia com parceria de todos.

 5.      O trabalho em equipe dentro da escola e dos sistemas educacionais. A  educação de qualidade se constroem juntos. Que este trabalho conjunto seja promovido melhor e com maior intensidade. Isto acontece quando o próprio sistema educacional participa do trabalho com compromisso.

 6.      As alianças entre as escolas e os demais agentes educacionais. A construção da qualidade educacional acontece quando cada ator (componente) consegue compreender a situação dos demais, consegue ver o invisível e, além disso, consegue oferecer algo aos demais, no espaço de valores compartilhado ou compartilhável.

 7.      O currículo em todos os seus níveis. Os elementos disciplinares básicos relacionam-se com cada uma das disciplinas. Uma educação tem qualidade quando cada disciplina tem um foco claro e relevante. O foco concentra-se em cultivar a dignidade e a solidariedade. Alguns elementos cotidianos básicos são de fundamental importância: a) ler um livro completo por semana ajudará muito mais na compreensão de modo geral; b) realizar uma pesquisa, processá-la e interpretá-la; c) estudar um tema social emergente por mês; d) utilizar uma tecnologia moderna em um projeto real; e) assistir a um espetáculo audiovisual, de acordo com a disponibilidade, ou ir uma vez por mês ao cinema e discutir o filme para entender os ícones; f) participar juntos a uma festa popular.... g) realizar uma atividade solidária e avalia-la; h) identificar e resolver em conjunto um problema próprio....

 8.      A quantidade, a qualidade e a disponibilidade de matérias. Não há qualidade educacional sem um retorno rico em materiais que possam ser utilizados como matéria de aprendizagem, mas isso pode não garantir a qualidade, se o docente não utilizar de forma dinâmica e eticamente comprometida.

     9.      A pluralidade e a qualidade da didática. A qualidade da educação é mais bem construída quando as pessoas que produzem as didáticas estão mais perto daquelas que as utilizam. Isto permite que sejam mais adequadas. Também se constrói melhor quando se aceita que diversos caminhos podem conduzir à aprendizagem com significado e desenvolvida em condições de bem-estar – exatamente porque as crianças e os jovens são diferentes, e também são diferentes os professores e os contextos. As didáticas podem ser ativas, inovadoras, ou tradicionais e menos ativa, porém ambas servem quando os docentes acreditam nelas, e quando consistentes com as sociedades e com as práticas familiares locais.

 10.  Condições materiais e incentivos socioeconômicos e culturais mínimos. As condições materiais e salários são de suma importância para o desenvolvimento da boa qualidade educacional, mas mesmo assim, a pesquisa revela que isso não garante que os professores conseguem a melhor educação. O que necessita é também os incentivos ao desenvolvimento dos contextos, dos professores, e das populações escolares. Estes aspectos devem ser considerados uma condição indispensável no processo educativo.
 (Baseado no texto de Cecilia Braslavsky)


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